A centenária Le Mans em 24 fatos marcantes

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Conheça a trajetória de façanhas, estatísticas e grandes histórias que fazem das 24 Horas a mais famosa prova de resistência do mundo

Quarta etapa do Campeonato Mundial de Endurance (FIA WEC), a ser disputada nos dias 15 e 16 de junho, as 24 Horas de Le Mans surgiram de uma ideia original para a época, início do século 20: ao invés de somente testar os novos carros e tecnologias em termos de velocidade, que tal também desafiá-los no campo da “sobrevivência”, algo extremamente útil para as fábricas e seus clientes? Nascia aí a ultramaratona mais famosa do mundo dos automóveis.

Cenário de momentos de heroísmo e grandes feitos, a prova registrou em sua trajetória centenária muitas rivalidades, personagens icônicos e façanhas que marcaram a história do esporte. O público brasileiro terá a oportunidade de ver os carros que disputarão Le Mans durante a Rolex 6 Horas de São Paulo, a ser disputada em Interlagos no dia 14 de julho – os ingressos já estão a venda.

Abaixo, estão 24 dos muitos fatos marcantes desta saga que em 2024 chega à sua 92ª edição e novamente promete emocionar os fãs do esporte a motor em todo o planeta.

1923, a origem — O Automobile Club de l’Ouest criou a prova e optou por fazer a corrida nas ruas próximas ao rio Sarthe, que corta a cidade de Le Mans, surgindo assim o nome da pista: Circuit de la Sarthe;

1924, estrangeiros — A vitória da britânica Bentley chamou a atenção dos demais fabricantes europeus e americanos para a prova, que veria uma invasão estrangeira a partir de então;

1930, primeiras mulheres — As francesas Odette Siko (1930 a 1933) e Marguerite Mareuse (1930 e 1931) foram as primeiras a disputar Le Mans. Em 1932, Siko venceu na categoria para carros de motor até 2 litros de capacidade cúbica, terminando em quarto na classificação geral;

1935, estreia do Brasil — Bernardo Souza Dantas foi o primeiro piloto do país a disputar a corrida, a bordo de um Bugatti Type 57;

1940, mundo em guerra — De 1940 a 1948, as 24 Horas de Le Mans foram suspensas devido à II Guerra Mundial, que envolveu principalmente os vários países mais avançados na tecnologia automotiva da época;

1949, Ferrari — Um ano antes do nascimento do Mundial de Fórmula 1, a escuderia italiana obteria sua primeira vitória em Le Mans com os pilotos Luigi Chinetti e Peter Mitchell-Thompson ao volante de um modelo 166MM;

1950/52, os superhumanos — O francês Louis Rosier venceu a prova em 1950 depois de pilotar por 23h10min em parceria com o filho, Jean-Louis, que conduziu o Talbot Lago Grand Sport por apenas duas voltas. Dois anos mais tarde, Pierre Levegh pilotou por 22 horas desde a largada e só abandonou por quebra do motor de seu carro, outro Talbot, quando a vitória parecia certa;

1955, o pior momento — Pierre Levegh já havia criticado a segurança da área de escape perto da arquibancada. Um toque entre seu Mercedes-Benz 300 SLR e o Austin-Healey de Lance Macklin jogou seu carro sobre o público, matando 83 pessoas. O acidente iniciou a adoção de diversas novas regras de segurança nas pistas;

1963, Bino — O brasileiro Christian Heins, o “Bino”, liderava sua categoria e estava em terceiro na classificação geral com um Alpine M63 quando seu carro bateu contra um poste. Bino, 28 anos, faleceu na hora;

1967, 300 mil pessoas — Uma multidão compareceu ao circuito para assistir à vitória do único time 100% norte-americano a conquistar a prova: o Ford Mk IV da equipe oficial de fábrica com Dan Gurney e A.J. Foyt ao volante;

1969, o protesto — Jacky Ickx protestou contra os riscos da largada tipo Le Mans, com os pilotos correndo para seus carros a pé e dando a partida. Ele caminhou calmamente, entrou no carro, colocou o cinto de segurança e saiu por último. Ickx venceu a prova, fato decisivo para a mudança das regras;

1971, Steve McQueen — O carismático ator filmou “Le Mans”, a principal referência do gênero, durante a prova de 1970. Exigente quanto à veracidade, McQueen sabia que nesse esporte mais se perde do que se ganha. E assim foi: o ator forçou o estúdio a mudar o roteiro para que chegasse em segundo na prova – invertendo a lógica da época, de que o mocinho sempre venceria no final;

1973, Moco — José Carlos Pace, o “Moco”, conquistou o segundo lugar com uma Ferrari 312PB da equipe oficial de fábrica, melhor resultado de um brasileiro. O feito foi repetido por Raul Boesel (Jaguar XJR-12, 1991), Lucas Di Grassi (Audi R18 e-tron quattro, 2014) e Bruno Senna (Rebellion R13, 2020); 

1980, feito “em casa” — Desafiando a tradição e em meio a ícones da indústria e do esporte, o francês Jean Rondeau venceu a edição de 1980 com um carro completamente construído por ele, o Rondeau M379B. Jean-Pierre Jaussaud foi o outro piloto da dupla;

1982, meio ambiente — Criada com foco na resistência dos carros, com a introdução da categoria Grupo C, Le Mans passa a centrar seu regulamento na economia de combustível, uma nova emergência para a indústria e o meio ambiente;

1988, 407 km/h — Utilizando um motor Peugeot, a preparadora francesa WM projetou o protótipo P88 para cravar um super recorde de velocidade em Le Mans. E assim foi: o piloto Roger Dorchy atingiu 407km/h na reta Mulsanne. Na época, a Peugeot divulgou a marca de 405 km/h, a fim de reforçar o marketing em torno do lançamento do sedã médio 405. Construído especificamente para o recorde de velocidade, o WM P88 não aguentou muito tempo e andou apenas 95 dos 5.332 km da prova;

1999, Henri Pescarolo — O piloto francês ampliou para 33 seu recorde de participações, a bordo de um Courage-Porsche. Pescarolo venceu quatro edições;

2006, vitória “a diesel” — O Audi R10 TDI foi o primeiro carro com motor a diesel a vencer uma edição das 24 Horas de Le Mans, em 2006;

2008, chegada dos híbridos — A norte-americana Panoz estreou o modelo 09 GTR-01, primeiro carro de motor híbrido da história de Le Mans. Quatro anos depois, a alemã Audi venceria pela primeira vez utilizando essa tecnologia, com o modelo R18 e-Tron;

2010, a maior distância — Com um Audi R15 TDI, Mike Rockenfeller, Timo Bernhard e Romain Dumas venceram após percorrerem 397 voltas, ou 5.410,71km, recorde que permanece até hoje;

2012, FIA WEC — Neste ano a prova passou a integrar o calendário do Campeonato Mundial de Endurance, consolidando a competição como a principal do gênero;

2013, a lenda — Tom Kristensen conquistou sua nona vitória (1997, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2008 e 2013) nas 24 Horas de Le Mans, correndo com um Audi R18 e-tron quattro ao lado de Allan McNish e Loïc Duval.O dinamarquês ostenta recorde que parece inalcançável diante da complexidade da prova;

2022, Fittipaldi — O Brasil já alinhou 35 pilotos na história das 24 Horas de Le Mans. O último piloto a entrar neste grupo foi Pietro Fittipaldi, que correu em 2022 e 2023 na classe LMP2;

2023, centenário — As 24 Horas de Le Mans completaram 100 anos de existência no ano passado, com uma celebração que repercutiu em todo o mundo do esporte.

SOBRE O CAMPEONATO MUNDIAL DE ENDURANCE (WEC) DA FIA

O WEC é o principal campeonato internacional de carros esportivos do mundo, oferecendo aos fabricantes de automóveis uma relevância real para os avanços no design de carros de produção e na tecnologia, desempenho e segurança de crossovers. Regulamentações fortes e estáveis permitem protótipos esportivos complexos, mas bonitos, com o que há de mais moderno em tecnologia híbrida, fornecedores independentes de chassis e motores competindo nos mais altos níveis, e as principais marcas de carros de luxo do mundo enfrentando-se nas pistas.

O WEC oferece às equipes, pilotos, parceiros e partes interessadas um palco único para competir nos principais circuitos de corrida em todo o mundo. Classificado ao lado das Olimpíadas, do Super Bowl e da Copa do Mundo de Futebol, a pedra angular do WEC continua sendo um dos maiores eventos esportivos do mundo, as 24 Horas de Le Mans. Disputado em oito etapas na América do Norte, América do Sul, Europa, Ásia e Oriente Médio, o campeonato reúne corridas de distâncias variadas, desde as mais curtas, com 6 horas, até a mais longa, com 24 horas.

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Por: Rolex 6 Horas de São Paulo

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