Em cinco dias, Seleção Feminina leva 64 mil torcedores ao estádio, quebra recorde de público no Nordeste e conclui preparação para Paris 2024

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Números expressivos ajudam a entender o momento da modalidade no país

Na noite desta terça-feira (4), a Seleção Brasileira Feminina goleou novamente a Jamaica por 4 a 0, desta vez na Arena Fonte Nova, na Bahia. A exibição de gala de Marta e companhia foi acompanhada de perto um público de 31.547 pessoas, e marcou a conclusão da preparação da equipe de Arthur Elias para os Jogos Olímpicos de Paris, que se inicia no próximo mês de julho.  

No fim de semana, a Seleção Feminina já havia registrado um novo recorde de público do futebol feminino no Nordeste, também diante da seleção caribenha, com um total de 33.272 torcedores presentes na Arena Pernambuco. Até então, o recorde era de um público de 10.643 pessoas, estabelecido em 2015, quando o Brasil enfrentou o Canadá na Arena das Dunas, em Natal.

As duas vitórias sobre a Jamaica em menos de uma semana ainda perpetuaram outra marca expressiva da equipe no Nordeste: o Brasil ampliou sua invencibilidade atuando na região, e agora possui um total de 11 vitórias nas 11 partidas disputadas.


Atualmente, o futebol feminino no Brasil vive um momento de êxtase. Recentemente, o país derrotou a candidatura de Bélgica, Alemanha e Holanda, e tornou-se sede da Copa do Mundo Feminina de 2027. Embora ainda esteja passando por um processo de desenvolvimento, a modalidade vem de anos animadores. Em 2023, mais de 60 milhões de pessoas acompanharam o Mundial Feminino, um recorde de audiência para a modalidade em território nacional. Além disso, grandes públicos nos campeonatos nacionais têm sido constantes.


“A realização da Copa do Mundo Feminina é uma ótima chance para o Brasil potencializar o desenvolvimento do futebol feminino em seu território. Com o evento, surge a possibilidade de grandes investimentos em diferentes frentes, o que acaba por beneficiar todo o ecossistema da modalidade, desde que os recursos sejam bem direcionados”, afirma Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e membro do comitê organizador da Brasil Ladies Cup.

A fase atual tende a entusiasmar o público a acompanhar a equipe. Uma maior procura do público por ingressos implica consequentemente em maiores exigências quanto à operação nos dias de partida. O jogo contra a Jamaica na Arena Pernambuco, por exemplo, contou com a atuação da Imply ElevenTickets, empresa responsável pela venda de ingressos, controle de acessos e equipes operacionais do evento.

“Ficamos muito contentes em ver o desempenho do futebol feminino no país, atraindo públicos crescentes no país. É uma grande satisfação ver esse entusiasmo dos torcedores entrar para a história, como no recorde de público no nordeste visto no último sábado. Operamos com alta performance as vendas dos 33.272 ingressos, realizamos o controle de acessos com 71 dispositivos, e fornecemos 100 staffs para operação do evento. Nos dedicamos para garantir a melhor experiência aos torcedores, garantindo um processo seguro e eficiente, para que todos pudessem desfrutar ao máximo do espetáculo”, afirma Tironi Paz Ortiz, CEO da Imply, empresa que desenvolve tecnologias e serviços para estádios e é referência no Brasil em palcos como Maracanã, Arena Amazônia, Arena das Dunas, Arena do Grêmio, Arena Fonte Nova, Arena Independência, Arena MRV, Arena Pernambuco, Beira-Rio, Ligga Arena, Ilha do Retiro, Morumbi e São Januário.

A estrutura dos estádios brasileiros, inclusive, foi um dos pontos de destaque para que a candidatura do país para o mundial se concretizasse. Ao sediar eventos de grande porte nos últimos anos, como a Copa de 2014, as Olimpíadas de 2016 e duas edições da Copa América (2019 e 2021), o Brasil se mostrou preparado para receber a principal competição entre seleções da modalidade.

“O atual momento da construção civil permite que se equilibre os ambientes urbanos com as necessidades da população. Essa modernização é extremamente importante para que se realizem projetos com utilidade a longo prazo. Os estádios brasileiros são ótimos exemplos, uma vez que foram construídos para outras competições, mas ainda são usados para sediar grandes eventos”, afirma Tatiana Fasolari, CEO do Grupo Fast, maior empresa da América Latina especializada em overlays.

Ser o palco de uma competição desta magnitude tende a gerar impactos para o país também em outras frentes, tanto dentro, como fora das quatro linhas. Com uma notoriedade maior a cada ano, a modalidade tem atraído mais por parte de jovens e crianças, que desejam ingressar na modalidade. Para isso, é fundamental que se forneça as condições necessárias para que estas atletas se desenvolvam desde a base, e consequentemente elevem a qualidade do futebol feminino praticado no país nos próximos anos.

“Um evento como esse possui um enorme potencial de transformação da modalidade no país. Nos últimos anos, o Brasil já tem observado uma significativa evolução da modalidade, porém, sediar a Copa do Mundo irá potencializar ainda mais esse processo, o que por consequência deve trazer saltos expressivos no consumo e mudanças culturais mais concretas”, comenta Camila Estefano, General Manager do Em Busca de Uma Estrela, projeto social que oferece assistência médica, odontológica, nutricional e psicológica, para meninas que sonham em atuar profissionalmente.

Base como esperança para o futuro

Assim como a seleção principal, a equipe feminina sub-20 não vem de grandes destaques no mundo, mas continua absoluta na América do Sul. No início de maio, as comandadas de Rosana dos Santos conquistaram o decacampeonato do Sul-Americano Sub-20, e garantiram vaga no Mundial da categoria, que será disputado entre agosto e setembro, na Colômbia.

Uma curiosidade da conquista foi o número de jogadoras beneficiárias do Programa Bolsa Atleta. Das 22 convocadas na ocasião, 12 recebem o auxílio do governo – representando 54% das selecionadas. Criado pelo Ministério do Esporte em 2005, o programa é considerado o maior do mundo em patrocínio esportivo individual, e visa dar o suporte necessário para que atletas se dediquem exclusivamente aos treinamentos. 

“É muito positivo a Seleção Feminina com tantas atletas contempladas por este tipo de incentivo. O Bolsa Atleta torna-se muito positivo em um cenário em que o futebol feminino, por muitas vezes, não garante uma remuneração digna para as jogadoras, principalmente nas categorias de base. Por meio do programa, mais talentos poderão ser formados e posteriormente alterar o panorama da modalidade no país”, comenta Vanessa Pires, CEO e fundadora da Brada, startup que conecta empresas e investidores com projetos de impacto positivo.

Além de confirmar a dominância no continente, o resultado ainda foi extremamente significativo por marcar a estreia da técnica Rosana dos Santos em uma competição oficial. Com uma nítida evolução do futebol feminino de base no país, o próximo objetivo da seleção sub-20 será superar sua melhor posição em Copas do Mundo: bronze nas edições de 2006 e 2022.

“Gradativamente, as mulheres têm conquistado cada vez mais espaço no meio esportivo. Desta vez, a presença de uma treinadora no futebol de base da seleção brasileira exemplifica a mudança e reafirma a evolução da modalidade. Com maiores investimentos e atenção para as categorias inferiores, a tendência é que a equipe sub-20 se torne cada vez mais forte e importante para a seleção principal”, analisa a Dra Flávia Magalhães, especialista em medicina esportiva e que acumula convocações para a Seleção Brasileira Feminina desde 2015.

Por: Leonardo EmilioPress FC Assessoria e Consultoria

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