Competição organizada pela Federação Paulista tomou o centro de São Paulo entre sexta-feira e domingo; com Brasil na final do Mundial e boom dos esportes de areia, entidade projeta 50% mais praticantes em 2024
Este final de semana foi um marco para o futebol de areia nacional. Enquanto em Dubai a Seleção Brasileira enfim conquistou o hexacampeonato mundial, ao derrotar a Itália por 6 a 4, após retornar a uma decisão de Copa do Mundo depois de sete anos (na terceira edição desde o título de 2017), o Festival de Beach Soccer, torneio de base organizado pela Federação de Beach Soccer do Estado de São Paulo no centro histórico da capital paulista, foi o pontapé inicial de um projeto que inclui diferentes agentes para estimular a prática da modalidade e a formação de atletas no Brasil. Da mesma forma, a competição também foi o marco inicial para um novo projeto de formação nas categorias de base Corinthians, incluindo as modalidades do futebol de campo e de areia.
Realizado entre a última sexta-feira (23) e este domingo (25), o Festival de Beach Soccer reuniu cerca de 500 atletas, das categorias sub-11, 13, 15, e 17. Disputado na praça Ulisses Guimarães, em frente ao Museu Catavento, o torneio contou com inscrições abertas ao público geral, além das presenças de jogadores da unidade do Parque São Jorge da rede de escolinhas Chute Inicial Corinthians, sob supervisão do treinador da equipe profissional de Beach Soccer, Igor Savala. Do outro lado, estavam os garotos do centro de formação Inter Ipiranga, liderados por Isau Meireles, que é treinador e atleta de Beach Soccer da equipe, tendo disputado as edições de 2021 a 2023 do estadual. Enquanto a Inter sagrou-se campeã no sub-17, o Chute Inicial levou a melhor nas demais categorias.
“O entorno do Museu Catavento, um dos principais cartões-postais de São Paulo, além de movimentar a região, é um projeto importante do ponto de vista social, já que é gratuito e promove a interação entre a população, apresentando opções de lazer e recreação”, explica Gisele Gasperini Faria, membro do comitê organizador do Festival de Verão Praia São Paulo, que além de receber o Festival de Beach Soccer, também tem programação com disputas nas modalidades Futevôlei, Beach Tênis e Vôlei de Praia, desde 9 de fevereiro até o próximo dia 3 de março. As competições são realizadas entre sexta e domingo, e durante a semana ainda há clínicas e aulas com professores especializados, sempre de terça à quinta.
No caso do Corinthians, a competição foi utilizada como pontapé inicial do projeto entre o clube e as escolinhas de futebol para a formação de atletas na base, o qual abrange o desenvolvimento de times de Beach Soccer com treinos regulares nas divisões inferiores, tanto para criar novas categorias de base do clube na modalidade (que hoje tem somente o Sub-20 além do profissional), assim como servir de complemento à formação dos atletas que atuam no campo. Treinador do time profissional e atual bicampeão paulista, Igor Savala, que também é coordenador pedagógico da unidade do Parque São Jorge do Chute Inicial Corinthians, explica a ação:
“Esta é a primeira vez que as categorias menores estão participando e fazendo sua estreia, desde o sub 11, 13 e 15 ao 17. De um a dois anos para cá, o Chute Inicial está acreditando neste esporte, como uma alternativa também de alto rendimento futuro para estes atletas. Ainda não temos treino regular, então hoje está sendo um marco, um começo de uma iniciativa para podermos utilizar estes centros esportivos, como aqui no Parque Dom Pedro II, e formar atletas. A ideia é que esses garotos da Seleção do Chute Inicial do Parque São Jorge também tenham um treinamento regular na modalidade, aproveitando este festival para selecionar alguns jogadores”, afirma.
“O Beach Soccer é um esporte magnífico e que agrega muito valor no sentido de transferir conhecimento de gestos motor, técnico e físico. A ideia do Chute Inicial, com o Corinthians Beach Soccer e o próprio clube, é estabelecermos um pilar com quatro modalidades para auxílio na formação integral do atleta: Futsal, Fut7, e o futebol de campo e de areia”, complementa Igor.
Outro campeão do Beach Soccer alvinegro que também esteve presente no festival, como integrante da comissão técnica, foi o goleiro Augusto Rocha, que atua na equipe profissional desde 2019 e participou de quatro conquistas do Campeonato Paulista (2019, 2020, 2023 e 2024). O atleta, também treinador da categoria sub-9 da Seleção Chute Inicial Corinthians do Parque São Jorge, avaliou a oportunidade de troca de experiências com os garotos durante o evento:
“Tentamos utilizar ao máximo o que temos como experiência e vivências do esporte, trazendo isso para eles de uma maneira mais didática. Essa troca de experiências, acho que é a melhor parte do evento. Poder transmitir um pouco do que eu tive como vivência, do que eu aprendi, e poder informá-los da melhor maneira possível”, destaca.
No Brasil, os esportes de areia vêm se popularizando cada vez mais, chegando a registrar alta de 120% por trimestre durante o ano de 2022, conforme dados da TotalPass. Já o futebol de areia, por exemplo, tem perspectiva para um crescimento de 50% dos praticantes da modalidade em 2024, segundo projeção da Federação de Beach Soccer do Estado de São Paulo.
“Em meio a todo este cenário no estado de São Paulo, que vem apresentando nos últimos anos um crescimento gradativo, a alta dos esportes de areia, tanto do Futevôlei, Beach Tênis e outros, também faz com que o Beach Soccer cresça. Além disso, a partir de todo esse boom dos esportes de areia, juntamente com o fato de o Brasil ter retornado a uma final de Copa do Mundo e conquistado o título neste domingo após sete anos, a tendência para a modalidade é que haja um crescimento de 50% no número de praticantes no estado de São Paulo em relação ao ano de 2023”, afirma Jorge Lisardo, presidente da entidade.
Por: Leonardo Novaes – PressFC