Tenista conquistou o título logo em seu retorno, após um ano parada por conta de lesão no joelho. É seu quarto troféu na carreira, o segundo com a canadense Gabriela Dabrowski
A paulistana Luisa Stefani conquistou, neste domingo (18), o título do WTA 250 de Chennai, na Índia, evento sobre o piso rápido com premiação de US$ 251 mil. Na final, Luisa e a canadense Gabriela Dabrowski, 11ª do mundo, derrotaram a russa Anna Blinkova e a georgiana Natela Dzalamidze por 2 a 0, com parciais de 6/1 e 6/2, sem perder nenhum set no torneio.
Luisa alcança a conquista logo em seu primeiro torneio após um ano parada por conta da lesão no joelho, tendo realizado uma cirurgia no ligamento cruzado anterior. A última partida desde então havia sido na semifinal do US Open, ao lado de Gabi, quando viveu o drama de se machucar e deixar a quadra de cadeira de rodas.
A brasileira comemora seu quarto título na carreira, segundo ao lado de Dabrowski. As duas foram campeãs no ano passado em Montreal, no Canadá, e vices em San Jose e Cincinnati, nos Estados Unidos. Além disso fizeram uma final em Ostrava, na República Tcheca, no fim de 2020. Apenas no US Open, quando se machucou, não estiveram em uma decisão. Luisa soma outras duas conquistas em Lexington (EUA), em 2020, e Tashkent, no Uzbequistão, em 2019, ambos com a americana Hayley Carter.
“Muito feliz com o título, mas principalmente com a semana. Estou me sentindo super bem, o joelho está bem, o corpo também. Assim como a cabeça boa. Muito contente em voltar a jogar, a competir. A gente foi melhorando jogo após jogo, e eu me sentindo melhor. E jogar com a Gabi, não tenho nem palavras. Não tem ninguém que eu gostaria de estar ao lado, mais do que ela, nesta volta. Estava comigo na lesão, no momento que foi muito duro, e agora conseguir o título as duas juntas é inexplicável”, disse Luisa, que tem os patrocínios da Fila, Faros Private XP e XP Investimentos e conta com os apoios da Liga Tênis 10 e Bolsa Atleta.
Agora, WTA 500 de Tóquio – Luisa embarca direto para a disputa do WTA 500 de Tóquio, onde atuará ao lado da japonesa Ena Shibahara, no palco onde foi medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos em 2021, com Laura Pigossi. Curiosamente, a estreia será contra Dabrowski, que joga com a mexicana Giulia Olmos, formando a dupla cabeça de chave 2 do torneio. Ainda não há data para a estreia.
“Agora, a vida é assim, tênis é assim. Nada descreve o tênis melhor. Hoje estamos aqui juntas, ganhando um título, no próximo torneio, uma contra a outra. E estou muito animada para fazer um bom jogo contra elas. Estão tendo um ótimo ano, entrosadas. Obviamente, nós somos muito amigas e aconteça o que acontecer, estou muito feliz com a maneira como venho me sentindo. O mais importante é continuar escutando meu corpo, respondendo bem, aproveitando, melhorando e voltando ao ritmo”, afirmou a tenista.
“Também estou muito animada para jogar com a Ena pela primeira vez. Faz um tempo que queríamos estar juntas. E animada para o Japão, um lugar que foi muito especial para mim no ano passado, ainda mais com a Ena, que vai jogar em casa. Então, vamos que vamos””, completou.
Por ter ficado uma temporada parada, Luisa caiu para a 718ª colocação no ranking e com o troféu vai dar um salto e ficará dentro das 250 na tabela de duplas, onde foi top 10 no começo deste ano.
Fazendo história na carreira – Luisa, de 25 anos, começou a jogar tênis aos 10 anos, na B.Sports, no bairro de Perdizes, em São Paulo, onde nasceu. Disputou as chaves principais dos quatro Grand Slams juvenis, atingindo as semifinais de duplas do US Open juvenil em 2015, quando chegou a 10a. posição do ranking mundial juvenil.
Foi para os Estados Unidos para estudar e jogar tênis. No circuito universitário jogou pela Pepperdine University, na Califórnia, e atingiu a segunda posição no ranking da ITA (Intercollegiate Tennis Association). Foi nomeada caloura do ano 2015 pela ITA, compilando uma campanha de 40 vitórias e apenas 6 derrotas. Entre 2015 e 2018, ainda no circuito universitário americano, dedicou-se parcialmente ao circuito profissional da ITF, o que não a impediu de conquistar 10 títulos e atingir outras 5 finais de duplas naquele circuito. Terminou 2018 como 215ª. do mundo em duplas e 753ª. em simples.
Optou por trancar a faculdade para disputar o circuito profissional integralmente a partir de meados de 2018. Ganhou destaque nas duplas e começou a colher resultados já em 2019, conquistando um título no WTA de Tashkent, no Uzbequistão, e o vice-campeonato em Seul, na Coréia do Sul, em outubro, com a então nova parceira, a norte-americana Hayley Carter, terminando o ano perto das 70 melhores do mundo.
Em 2020, conquistou o WTA 125 de Newport Beach, na Califórnia e chegou às oitavas de final do Australian Open. Após a quarentena, comemorou o título do WTA de Lexington, nos Estados Unidos. Terminou o ano como a 33ª do mundo, primeira brasileira no top 40 em mais de três décadas. Começou 2021 com a final no WTA 500 de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, alcançando o top 30 – a primeira brasileira desde 1976 – e chegou à segunda decisão em Adelaide e à terceira em Miami, torneio da série WTA 1000. O vice-campeonato em Miami permitiu que Luisa subisse para a 25ª posição no ranking, o melhor de uma brasileira na história desde que o ranking WTA foi criado em 1975. Em junho ganhou mais duas posições – 23º lugar. Conquistou, no fim de julho, a inédita medalha de Bronze Olímpica para o Brasil ao lado de Laura Pigossi. Continuou subindo no ranking e com o vice-campeonato em Cincinnati subiu para 17ª do mundo. Com a semifinal do US Open chegou a ser a 12ª do ranking e posteriormente ocupou o nono lugar na tabela durante o início de 2022.
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Por: ZDL