O Código Desportivo do Automobilismo (CDA) estabelece normas claras sobre o assunto
O mundo do automobilismo ficou chocado com a atitude do piloto russo Artem Severyukhin, que comemorou sua vitória no FIA Karting European Championship com gesto nazista. Caso ocorresse no Brasil, a Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) dispõe dos instrumentos necessários para punir tal infração.
“Conhecendo a índole e a realidade do esportista brasileiro, é praticamente zero a chance de uma ocorrência como essa acontecer no Brasil, porém, nossos códigos são rígidos e esse lamentável episódio deve servir de alerta para todos”, advertiu Giovanni Guerra, presidente da CBA.
Embora não haja menções específicas a símbolos ou gestos, as bases morais e éticas estão especificadas de forma clara e ampla, sendo elencadas punições em escalas diversas. O Código Desportivo do Automobilismo já indica o caminho quanto ao comportamento na Seção XVII, Artigo 41/XI: “Respeitar pilotos, navegadores, componentes de equipes, oficiais de competição, promotores e público em geral”.
Ainda no CDA, no Artigo 132.3 está expresso: “Todos os procedimentos indevidos, palavras e atos do piloto, navegador ou do chefe de equipe, mecânicos, ajudantes e convidados do piloto ou navegador, implicarão na penalização para o piloto ou navegador responsável e/ou para o infrator”.
“Temos vivido tempos difíceis em todos os cantos do mundo, o que só aumenta a responsabilidade dos gestores para que o esporte continue sendo praticado de forma sadia e sem influências negativas”, resumiu Guerra.
Entenda o caso
Logo após vencer a primeira etapa do FIA Karting European Championship, em Portugal, o kartista russo Artem Severyukhin, de 15 anos, provocou repúdio ao fazer um gesto nazista no pódio da categoria OK. Como consequência, teve revogada a licença para competir. A decisão foi tomada pelo Automóvel Clube da Itália (ACI), entidade equivalente à CBA. O caso foi submetido pelo ACI à Justiça Desportiva para a aplicação de outras sanções. Além disso, a FIA já investiga o caso.
“Com seu gesto imprudente, Severyukhin mostrou falta de respeito não apenas pelos valores universais que sempre inspiraram todo esporte, mas também pela humanidade, dignidade e convivência civil”, disse o ACI, em comunicado. O piloto também teve rescindido o contrato com a equipe Ward Racing.
Severyukhin pediu desculpas publicamente. Em vídeo postado em suas redes sociais, afirmou: “No pódio, fiz um gesto que foi associado ao nazismo. Não é verdade. Eu não apoio o nazismo. Foi um dos piores crimes contra a humanidade”, declarou.
Por: Comunicação CBA