Em conversa com o Sambafoot, o jogador fala sobre a sua trajetória no futebol e conta como virou ídolo da torcida polonesa |
Leandro Rossi é um jogador com carreira consolidada no futebol polonês. O atacante, nascido em Andradina, no interior de São Paulo, passou por times de menor expressão no Brasil até chegar no país europeu há dez anos. Desde então, sua carreira futebolística decolou. Mas não foi nada simples: Leandro começou lá de baixo, na quarta divisão do futebol polonês. E ele venceu. Hoje, o jogador é considerado um dos maiores ídolos da história do Radomiak Radom e ocupa posição respeitável na primeira divisão do futebol do país, brigando por uma vaga na Liga Europa da próxima temporada. “Eu tenho um amigo meu, ex-jogador, que veio para a Polônia. Ele abriu as portas daqui pra mim. Eu decidi aceitar o desafio e, graças a Deus, deu tudo certo”, conta. Ele também revelou à equipe do Sambafoot que, logo no início, estranhou muito o idioma, a comida, e a temperatura – chegou a enfrentar um frio de -15 graus Celsius assim que aterrissou no país do leste europeu, em março de dez anos atrás. As diferenças não se resumem à mudança de país e ambiente: o próprio futebol jogado na Polônia é bastante diferente do que é praticado no Brasil, de acordo com Leandro. “Eu, que joguei em todas as divisões da Polônia, posso dizer que é claro que tem muita diferença com o Brasil. Torcida, estádio… Jogar aqui não é fácil. Outros brasileiros que estão aqui no time comigo acharam que ia ser fácil jogar aqui, mas é bem mais difícil. A cultura tática aqui é muito diferente e o treinador exige muito”, explica. Idolatria e mudança de patamar com o clube Leandro é o camisa 9 do Radomiak Radom, capitão e artilheiro do time, e jogou em várias divisões do futebol polonês. Hoje, o clube está em outro patamar, na principal divisão do país – o Ekstraklasa. E o jogador é considerado um herói para a torcida do Radomiak. Ele, por exemplo, renovou recentemente o contrato com o clube por mais três temporadas e revelou que já existe um convite do presidente polonês para que ele continue a sua carreira após a aposentadoria com um cargo na diretoria da equipe. Além disso, recebeu recentemente uma homenagem especial de um jornalista local. “Aqui na cidade, tem um jornalista que é muito fã do clube. Ele torce muito pra gente e me fala que eu sou o maior ídolo dele, e disse que ia fazer um livro para mim de presente. E foi muito bacana, pois ele tinha lançado apenas 1.900 exemplares e eles esgotaram, tem gente da Polônia inteira querendo comprar, e ele agora vai ter que fazer mais exemplares do livro. O livro conta toda a minha história no futebol, com várias fotografias, falando principalmente sobre a minha carreira no Radomiak”. Vida de polonês e dicas para os jovens atletas “A cultura aqui é totalmente diferente e eu me acostumei. Os próprios brasileiros daqui falam que me acham mais polonês do que brasileiro. Você é obrigado a se adaptar com as diferenças. O feijão daqui, por exemplo, não tem nada a ver com o brasileiro, mas a gente se acostuma. Então, para ser sincero, hoje eu me sinto mais polonês do que brasileiro.” Para a garotada que está começando a jogar futebol agora, Leandro fala da importância de nunca desistir dos seus sonhos, mas lembra, também, que é preciso se cuidar muito para não ficar para trás na concorrência, que é pesada. “Se a gente não se dedicar, a gente se dá mal. Hoje em dia, o futebol é muito dinâmico e exige muito do corpo. Então, o que eu posso dizer para a garotada é: tem que se cuidar muito”, ressalta. |
Por: Amanda Ribeiro – Sambafoot Brasil