Competições do Desafio CPB/CBAt e 1ª etapa Nacional do Circuito Loterias Caixa acontecerão até sábado, 2, e reúnem mais de 300 atletas em disputas de pista, campo e piscinas do Centro de Treinamento Paralímpico, na capital paulista
Os campeões paralímpicos Petrúcio Ferreira e Gabriel Araújo bateram recordes mundiais logo no primeiro dia de competições de atletismo e natação que começaram nesta quinta-feira, 31, e vão até sábado, 2, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo.
O velocista paraibano fez a nova marca mundial nos 100 m da classe T47 (atletas com deficiência nos membros superiores) durante o Desafio de atletismo CPB/CBAt ao correr o percurso em 10s29. O recorde anterior também era dele. Em 2019, no Mundial de Dubai, Petrúcio realizou a prova em 10s42.
Já o nadador da classe S2 fez o tempo de 3min37s64 nas eliminatórias da prova dos 150 m medley pela 1ª etapa Nacional do Circuito Paralímpico Loterias Caixa e quebrou o próprio tempo anterior, de 3min47s04, registrado no último dia 3 de março, na etapa da Itália do World Series, circuito internacional da natação organizado pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC, sigla em inglês).
“Melhorar o tempo é sempre minha meta. Desde os Jogos de Tóquio 2020, nos quais conquistei a medalha de ouro e bati o recorde paralímpico da prova, eu não parei de treinar. Fiz todo o trabalho multidisciplinar para me manter em alto nível. Estou muito feliz com o resultado”, disse Petrúcio, que participa do evento pelo clube Pinheiros, da capital paulista.
Além de bater o seu próprio recorde mundial, o paraibano reforça o título de atleta paralímpico mais rápido do mundo, ou seja, o dono do melhor tempo nos 100 m, independentemente da classificação esportiva. Vale destacar que o tempo de 10s42 já o colocava neste posto.
O Desafio de atletismo CPB/CBAt é composto por provas de pista e campo, com disputas entre atletas com e sem deficiências. Em sua prova, Petrúcio chegou em primeiro lugar, inclusive superando esportistas olímpicos, como Derick Souza, também do Pinheiros e campeão mundial no revezamento 4 x 100 m. Derick terminou a disputa nesta quinta em 10s35.
“Os atletas sem deficiência puxam a gente. Eu fico motivado para superá-los. No meu dicionário, não existem as palavras impossível e difícil. Só existe a frase: ‘Eu posso, eu quero e eu consigo’. Depois deste tempo de 10s29, quem sabe eu consiga chegar à marca de 10s10? Não é uma promessa, mas tenho este desejo”, concluiu o velocista, que, aos dois anos de idade, perdeu parte do braço esquerdo em um acidente com uma máquina de moer capim.
Já Gabriel Araújo bateu o recorde em uma prova que não faz parte do programa do Campeonato Mundial da natação na classe do nadador mineiro de Santa Luzia. Mesmo assim, o atleta tem aproveitado a competição no CT Paralímpico para treinar todas as variáveis dentro da piscina. Ainda nesta manhã, Gabriel ainda bateu o recorde das Américas na prova dos 100m livre ao cravar 1min57s63 e diminuir o seu próprio feito antigo, de 1min5875.
“Os 150m medley é uma prova nova para mim, estou começando a nadar este estilo recentemente. Então, estou muito feliz e é mais uma resposta de que o trabalho está sendo bem feito, estamos no caminho certo para chegar bem no Mundial”, analisou Gabrielzinho, que tem focomelia, doença congênita que impede a formação normal de braços e pernas.
Ainda neste dia, o nadador paulista José Ronaldo e a mineira Ana Karolina Soares também bateram recordes das Américas em suas respectivas classes. O nadador da S1 (para atletas com limitações físico-motoras mais severas) fez a nova marca ao nadar as eliminatórias da prova dos 100m livre em 2min57s10 (o antigo recorde era de 3min28s00).
Já a atleta da classe S14 (para atletas com deficiência intelectual) chegou a cravar duas vezes o mesmo recorde continental: nos 100 m livre, fez 1min00s90 nas eliminatórias pela manhã e, à tarde, conseguiu diminuir o tempo para 1min00s85. O tempo anterior era de 1min00s98.
Garantidos
Nas provas da 1ª etapa Nacional do Circuito Paralímpico Loterias Caixa, que começaram na manhã desta quinta, 31, no CT Paralímpico, em São Paulo, três nadadores já asseguraram suas vagas no Mundial da modalidade, em junho, em Portugal.
O pernambucano Phelipe Rodrigues, no estilo 100m livre pela classe S10, fez 53s77 e bateu o índice para a competição mundial, que era de 53s79. Nas finais à tarde, ele chegou a melhorar o tempo e completou a mesma disputa em 53s74.
“Para um início de temporada, especialmente desde os Jogos de Tóquio, estou bem feliz e aliviado em já ter garantido o índice nos 100 livre. Isso me dá mais confiança ainda para os próximos meses de preparação para o Mundial. Nesta sexta, ainda teremos os 50m livre e estou bem confiante de que vou nadar bem também. Daqui para frente é foco total nos treinos e em nadar bem para trazer mais medalhas para o Brasil”, afirmou Phelipe Rodrigues, que já participou de cinco edições de Mundiais e tem 15 medalhas.
Já a carioca Lídia Cruz, pela classe S4, nadou a mesma prova no feminino em 1min27s69, marca mais rápida do que o índice de 1min32s36, e também assegurou sua presença em Portugal. Será a primeira vez da atleta em um Mundial de natação.
O paulista José Ronaldo da Silva também foi outro nadador do primeiro dia de competições a bater o índice mundial. Nas finais da prova dos 50 m costas pela classe S1, nadou em 1min20s83, tempo menor que os 1min27s98 estabelecidos como critério.
Para integrar a delegação brasileira no Mundial da natação, os atletas deverão cumprir os critérios estabelecidos pela Diretoria de Esporte de Alto Rendimento do CPB e os critérios de elegibilidade do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, sigla em inglês), como possuir classificação esportiva internacional.
Ainda de acordo com um dos critérios do CPB para o Mundial, os campeões paralímpicos Carol Santiago (S12), Gabriel Araújo (S2), Gabriel Bandeira (S14), Talisson Glock (S6) e Wendell Belarmino (S11) já estão garantidos para a principal competição do ano em Portugal por terem conquistado a medalha de ouro em Tóquio no ano passado.
As competições continuam nesta quinta e vão até sábado. O Desafio de atletismo CPB/CBAt é composto por provas de pista e campo, com disputas entre atletas com e sem deficiências. Já a 1ª etapa Nacional do Circuito Paralímpico Loterias Caixa contou com 214 nadadores inscritos que, além de representarem seus clubes na principal competição nacional da modalidade, terão a oportunidade de validar as marcas para pleitear uma vaga na Seleção Brasileira para o Mundial, que acontecerá em junho, em Portugal.
Muitos medalhistas dos Jogos de Tóquio estão presentes no evento, como Alessandro Silva (F11), Beth Gomes (F52), Raíssa Machado (F56), Vinícius Rodrigues (T63), Thiago Paulino (F57), Carol Santiago (S12), Gabriel Bandeira (S14), Talisson Glock (S6), Wendell Belarmino (S11), entre outros.
Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível
Os atletas Petrúcio Ferreira, Phelipe Rodrigues e Gabriel Araújo são integrantes do Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível, programa de patrocínio individual da Loterias Caixa que beneficia 70 atletas e sete atletas-guia.
Patrocínios
O atletismo tem o patrocínio da Braskem e das Loterias Caixa.
A natação tem o patrocínio das Loterias Caixa.
Por: Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro