Vitor Baptista vence no geral após irmão Felipe fazer a pole; Átila é campeão da Endurance Series na 3.8, e Di Mauro ganha na GT3; Zonta é segundo no geral e ajuda parceiro Werner a ganhar título no Overall
O sábado da Porsche Endurance 500, em Interlagos, foi glorioso para os pilotos da Academia Shell. A vitória no geral ficou com Vitor Baptista, que disputou a prova com o português Filipe Albuquerque. Na classe 3.8, Gaetano di Mauro também venceu, e Átila Abreu se sagrou campeão da temporada da Endurance Series na classe 3.8 – o sorocabano venceu duas corridas na temporada e foi terceiro em Interlagos, uma performance arrebatadora no primeiro ano dele e do parceiro Leo Sanchez na categoria.
Ricardo Zonta foi o segundo colocado na classe 4.0 e ajudou o parceiro Werner Neugebauer a conquistar o título do Overall da Porsche Império Carrera Cup, que leva em conta a soma dos pontos das categorias Sprint e Endurance.
Outro destaque foi Felipe Baptista, irmão de Vitor. Depois de conquistar a pole position na sexta-feira, o piloto mais jovem do grid foi um dos destaques individuais da corrida ao fazer um stint muito forte. A parceria com Esteban Guerrieri terminou em décimo após se atrasar na prova.
Outro que deixou Interlagos com troféu foi Dennis Dirani, que fechou a corrida na terceira colocação na classe GT3 4.0. Em dupla com Carlos Ambrósio, Dirani completou a prova na sétima posição na classificação geral.
Mas o destaque absoluto da corrida foi Vitor Baptista. Logo na volta de apresentação, o carro #4 perdeu uma roda, e Albuquerque precisou ir aos boxes antes mesmo da largada. O português ainda conseguiu se juntar ao pelotão, mas teve de largar em último.
Com uma excelente pilotagem de ambos e uma estratégia perfeita de pit stops – foram cinco paradas obrigatórias de seis minutos -, coube a Baptista terminar a corrida, e o piloto da Academia Shell fechou 11 segundos à frente do segundo colocado Zonta.
Gaetano di Mauro se juntou à família Billi numa das trincas inscritas na prova e, também com um ritmo muito forte na parte final da corrida, completou a corrida com uma volta de vantagem no resultado final em relação aos mais diretos perseguidores na 3.8.
Outro que também estabeleceu um ritmo forte na parte final da corrida foi Átila Abreu. Numa ousada estratégia de fazer a última parada obrigatória a apenas seis voltas da bandeirada, o sorocabano levou o carro #15 ao terceiro lugar na classe, resultado suficiente para a conquista do título com Leo Sanchez.
O que eles disseram:
“Nossa, foi algo inesperado! A equipe conseguiu manter a cabeça erguida. Nós nos dedicamos muito para largar na frente e na volta de apresentação aconteceu algo com o Felipe, e a roda saiu. Largamos de último, o Felipe fez uma largada espetacular e ganhou muitas posições. Depois foi impor o ritmo, e aí veio a vitória!”
Vitor Baptista
“Foi uma pena, até ter o problema estávamos em primeiro em um ritmo muito bom. O Vitor estava atrás e com certeza iríamos terminar perto. É uma pena, tínhamos tudo para ganhar e acabou furando o radiador, não sabemos o motivo, mas isso fez a gente perder muito tempo. Consegui ser rápido na chuva, mas perdemos muito tempo com a parada dupla. O fim de semana foi muito bom, mostramos que estávamos competitivos. Foi um fim de semana incrível.”
Felipe Baptista
“Nem o melhor roteirista escreveria o campeonato dessa maneira. Foi a minha estreia na Porsche, que eu sempre acompanhei de fora, mas, com a entrada do Leo na categoria, vim a algumas corridas para conhecer um pouco mais, e aceitamos o desafio de fazer a Endurance. Sempre com o desafio de melhorar, o Leo está estreando no automobilismo. Mas em Portugal surpreendemos e ganhamos a corrida, o que nos animou. Em Goiânia, sem safety car e uma estratégia que não demandou tanto, o Leo deu show na pista, foi muito bem, elevou muito o nível de pilotagem dele. Aqui em São Paulo, sabíamos que seria difícil, é a casa de todo mundo, mas jogávamos com o resultado a nosso favor. Tentamos chegar entre os três, e entre os três chegamos. Estou muito feliz e quero parabenizar o Leo pelo trabalho, sei que algumas vezes fui chato com ele, fui bem exigente, mas era justamente para alcançar o objetivo e mostrar que vale a pena. Quero agradecer ao Dener Pires e a toda a equipe da Porsche por ter nos acolhido tão bem, e dizer que no ano que vem estaremos de volta para defender o título.”
Átila Abreu
“Estou muito feliz. A gente fez um grande trabalho e aproveitamos todas as oportunidades que tivemos. O Maurizio fez 32 voltas em um ritmo incrível, o mais longo de nós. Depois eu fiz uma boa entrada e o Marco também. Quando eu voltei, começou a chover e eu fiz duas pernas seguidas. Muitos colocaram pneus de chuva e eu fiquei com o slick. Depois o Marco entrou para fazer a última perna e foi brilhante, nos trazendo essa vitória.”
Gaetano di Mauro
“Perdemos muito tempo no começo da corrida com o problema no carro titular. Tivemos que fazer a troca e o Werner voltou com o carro reserva e teve um ganho alto de velocidade. Se a gente largasse sem esse problema seria diferente. Foi bom, nos adaptamos ao carro e fizemos algumas alterações durante a corrida. No começo ele estava muito traseiro, ruim de guiar. Conseguimos solucionar isso e tiramos muita vantagem.”
Ricardo Zonta
Foi complicado no começo. O Carlinhos teve um problema e largamos lá atrás. No começo ficamos preso no trânsito, mas depois conseguimos imprimir um bom ritmo. Estávamos atrás, mas aí veio a chuva e ajudou a gente. Por conhecer bem o carro consegui tirar uma boa vantagem do pessoal da frente. No último stint, voltei em terceiro e deu tudo certo no final. Fomos terceiro no campeonato, foi bastante divertido.
Dennis Dirani
“Mais um fim de temporada da Porsche Carrera Cup, em Interlagos, onde nós chegamos um pouco atrás na tabela para a disputa do título. Só uma combinação de resultados poderia ajudar. O Zonta e o Werner já vinham sofrendo com o carro desde a batida no Estoril, e no começo da corrida eles já decidiram trocar o carro para tirar essa dúvida, e foi uma decisão correta, já que o carro voltou a performar como os demais. Muito gratificante ter tantos pilotos da Academia Shell no mesmo evento, em diferentes categorias, e sempre andando na frente. Estou muito feliz desde a classificação, quando o Felipe Baptista, o nosso caçula, fez a pole position. Na corrida, alguma coisa aconteceu com o carro dele, mas estou feliz pelo Vitor, que correu como convidado e fez o mesmo que o Gaetano no ano passado, terminando o ano com vitória. O segundo lugar para o Zonta e o Werner mostrou o potencial que existia de brigar pelo campeonato. Estou muito feliz também pelo título do Átila na 3.8 com o Leo Sanchez, e também com o Gaetano vencendo a etapa com o Maurizio e o Marco Billi. Não podemos esquecer o Dennis Dirani, que fez uma ótima corrida e foi o que fez a volta mais rápida entre os nossos pilotos, o que demonstra a excelente adaptação dele aos carros da Porsche. Tivemos seis pilotos na pista, e os seis se destacando Isso mostra que temos excelentes pilotos dentro do nosso quadro de atletas, e que o projeto vem se desenvolvendo, com os frutos sendo colhidos.”
Vicente Sfeir, gerente de Motorsport e Patrocínios da Raízen
Por: Luis Ferrari