Varela/Gugelmin fecha edição 2019 em terceiro após vencerem etapa final, com Baumgart/Cincea em sexto, Roldan em sétimo e Baumgart/Andreotti, segundo do dia, em nono.
Não foi um Rally Dakar fácil para os brasileiros, mas a edição de 2019 ficará gravada na memória da maioria por muito tempo. Histórias não faltaram: os atuais campeões superando as piores quebras para terminarem em um honroso pódio, uma dupla estreante que terminou o evento em alta, outra sofrendo com os perigos do Dakar e um par de “anjos” que, de tão prejudicados na competição por conta de quebras, resolveu parar para ajudar quem precisasse – e, por ironia do destino, não conseguiu ser salva das armadilhas no penúltimo dia.
Depois de assumirem a liderança por duas vezes e perderem na mesma velocidade por conta de problemas, Reinaldo Varela e Gustavo Gugelmin não conseguiram manter a faixa de campeões por mais um ano, mas carimbaram a dos novos detentores do título, Chaleco Lopez e Alvaro Quintanilla, com uma vitória na décima e última etapa, trazendo junto os destaques deste fim de rali, Cristian Baumgart e Beco Andreotti, que encerram sua primeira participação em um honroso nono lugar, enquanto Varela e Gugelmin garantiram de forma suada um terceiro lugar no pódio.
“Fomos bem. Perdemos para nós mesmos. Quebrei o carro, furei pneu, mas nosso UTV em si não teve problema nenhum, foi até o fim. Hoje eu andei realmente forte e foi tudo maravilhoso. Terceiro lugar depois de tudo está justo. Vamos agora pensar em 2020 e refletir onde erramos para melhorar e vencer no ano que vem”, destaca Varela. “Foi um rali inesquecível, é emocionante estar aqui. A vontade de voltar já é grande e quem sabe eu volte melhor preparado. Quero fazer mais etapas do Mundial para aprender mais. Depois desse rali eu agora tenho prazer em andar na areia”, resume Cristian. “Completar o primeiro Dakar entre os dez foi maravilhoso.Foi melhor que esperava. Fica de aprendizado, mais bagagem, e essa última etapa foi demais. Se o Cristian animar estamos de volta ano que vem”, afirma Andreotti.
Já Marcos Baumgart e Kleber Cíncea terminaram em sexto na tabela geral após sofrerem com os perigos do Dakar – UTV tombada e atolada, além de quebras consideradas normais dadas as exigências do rali, os impediram de evoluírem ainda mais na tabela de classificação. “Dakar é Dakar, não tem preço completar. Só aqui para saber. Largar já é uma vitória, chegar é um sonho que conseguimos realizar, meu irmão e eu, na nossa estreia nos UTVs. Aprendemos muito e perto do que esperávamos fomos muito bem”, relata Marcos. “Cumprimos a nossa meta”, celebra Cincea.
Por outro lado, quetinho, na dele, Lourival Roldan, do alto de seus 60 anos, navegou o português Miguel Jordão até a sétima posição na classificação geral de 2019. “Completo meu oitavo de dez. Hora de agradecer. Meu piloto e as pessoas que me permitiram estar aqui, pois ninguém vem sozinho para aqui, tem uma legião de pessoas apoiando e motivando. Foi um Dakar divertido e o Peru é um paraíso para fazer o rali”, comenta Lourival.
Por fim, Bruno Varela e Maykel Justo podem não ter ganhado nenhum troféu, mas levariam com sobra o prêmio de dupla mais solidária do rali. Apelidados internamente de “Madre Tereza de Calcutá”, a dupla ajudou praticamente todos os compatriotas quebrados na competição e tiveram seus planos arruinados pelas arapucas do Dakar no penúltimo dia – e as ajudas recebidas não impediram o abandono no finalzinho. Além de Bruno e Maykel, duas baixas da caravana brasileira: os representantes (e estreantes) das motos Marcos Colvero e Lincoln Berrocal – o mais velho entre os competidores das duas rodas, com 60 anos -, que não fizeram feio enquanto estiveram em ação.
No total, foram dez dias de competição e 5.603 quilômetros percorridos dentro do Peru, sendo 2.961 deles de trechos cronometrados, passando pelas cidades de Lima, Pisco, Arequipa, Tacna, Moquegua e San Juan de Marcona.
Por: Brasil No Dakar 2019 – Vipcomm Assessoria de Imprensa