País corre em busca do tricampeonato na categoria UTV, que conta com quatro duplas e um navegador, além de dois representantes nas motos.
Consolidado há décadas como o maior rali do mundo, o Dakar abre sua 41ª edição dia 7 de janeiro no Peru e contará com 11 representantes brasileiros – que esperam viver a maior aventura das vidas deles nos 11 dias de competições que explorarão todos os cantos do berço de algumas das civilizações mais antigas do mundo, como os incas e os andinos.
A delegação brasileira na competição conta com campeões e estreantes, mas todos com enorme bagagem nas provas off-road nacionais e sul-americanas. Serão dois integrantes na categoria motos e outros nove na UTV, divisão criada em 2017 na qual o país é o atual detentor do título.
Abrindo a lista dos brasileiros está a dupla campeã de 2018 dos UTVs, formada por Reinaldo Varela e Gustavo Gugelmin. Consolidada, a dupla tem experiência de sobra para buscar o bicampeonato no Dakar: Varela compete desde 1982 e tem quase 400 provas no currículo.
“Desafio é a palavra que me vem na cabeça quando se fala em Dakar. Mesmo já tendo sido campeão, cada Dakar é uma experiência única com situações únicas”, define Varela. “O Dakar é a Fórmula 1 do rali e o mais difícil desafio do mundo! Nele você supera três fatores: pessoal, profissional e físico”, ressalta Gugelmin.
Varela, inclusive, terá neste ano a companhia do filho, Bruno, que fará sua estreia na categoria ao lado do experiente Maykel Justo, que já competiu em sete edições do Dakar como navegador da lenda André Azevedo. Com 22 anos, Bruno é o mais novo da delegação verde-e-amarela, mas já possui conquistas maiúsculas como o Rally dos Sertões de 2017 e o Rali Merzouga, no Marrocos, do ano passado.
“É a realização de um sonho poder competir no maior e mais desafiador rali do mundo e ter meu pai comigo”, comenta Bruno. “Achei o roteiro interessante e vai ser um rali difícil por causa das dunas grandes. Nosso objetivo é poder concluir a competição nessa estreia”, destaca. “Cada ano é uma emoção diferente e neste ano será um enorme desafio. Não importa o equipamento; seja caminhão ou UTV, a adrenalina não muda”, pontua Justo.
Além dos Varela, outra família passará parte do mês de janeiro desbravando o Peru: os irmãos Cristian e Marcos Baumgart, ao lado dos navegadores Beco Andreotti e Kleber Cincea, disputarão juntos o Dakar pela primeira vez. Enquanto Marcos faz seu segundo rali, Cristian, que é tricampeão dos Sertões ao lado de Beco, realizará o sonho de criança de competir no maior rali do mundo.
“Ainda não acredito que vou disputar meu primeiro Dakar”, diz Cristian. “Sempre pensei em correr o Dakar, já poderia ter corrido alguns anos atrás, mas aguardei o momento certo e estar bem preparado para competir”. Este sonho, aliás, permeia os sonhos dos irmãos desde muito cedo. “Fiz um desenho aos oito anos de idade do que seria meu carro na competição. Realizei esse sonho em 2013 e neste ano a meta é terminar entre os melhores na categoria”, conta Marcos.
Entre os navegadores, Cincea também competiu em 2013 e destaca as dificuldades que prevê no trajeto total de 5.603 quilômetros. “Teremos muita areia durante todos os dias, o que dificulta muito a navegação e a tocada do piloto. Navegar nas dunas é complicado, pois não temos no Brasil e o carro atola fácil, então é preciso ter experiência”, conta. “Competimos muito de carros e será uma experiência completamente nova para nós correr em um UTV e prevemos um trajeto difícil, mas vamos fazer de tudo para terminar em uma ótima colocação”, ressalta Beco.
Fechando a lista dos inscritos nas UTVs está o campeão de 2017 das UTVs, Lourival Roldan. Com 60 anos de idade e mais de duas décadas de serviços prestados ao off-road brasileiro, Lourival compete no Dakar desde 2003 e liderou o primeiro time brasileiro a vencer na competição. Neste ano, ele será navegador do português Miguel Jordão. A ideia, fixa, é ousada: o bicampeonato (ele venceu em 2017 ao lado do piloto Leandro Torres). “Será um Dakar muito disputado. Temos excelentes duplas na categoria e no mínimo temos que ficar entre os cinco primeiros todos os dias para poder brigar pelo titulo. Tenho vontade de ser bicampeão e tornar meu piloto o primeiro português campeão do Dakar”. Todos os brasileiros nas UTVs competirão com modelos Can-AM Maverick X3.
Já nas duas rodas serão dois os representantes e ambos farão suas estreias na competição. Marcos Colvero e Lincoln Berrocal enfrentarão o desafio de 5.541 quilômetros da categoria com as potentes KTM 450. “Até alguns anos atrás imaginava ser daqueles sonhos intangíveis, mas à medida que fui ganhando experiência nos ralis e treinos no exterior junto com uma preparação física e mental bem planejada a confiança começou a aproximar este sonho da realidade”, descreve Colvero, de 46 anos.
Realizando seu primeiro Dakar tarde, aos 60 anos de idade, Berrocal quer fechar a carreira em alta. “Sinto que a hora de parar está chegando e quero cumprir esse sonho de competir no Dakar para fechar essa minha história com o meu maior sonho realizado. Só penso em terminar todos os dias de competição e já me sentirei um vencedor”, completa.
O Dakar 2019, ao contrário dos anos anteriores, será disputado somente em território peruano e cobrirá as cidades de Lima, Pisco, San Juan De Marcona, Arequipa, Moquegua e Tagna, com mais de 5.000 quilômetros no total e quase 3 mil de trechos cronometrados em 11 dias de evento, sendo um deles de folga no meio do trajeto.
Por: Brasil No Dakar 2019 – Vipcomm Assessoria de Imprensa