As voltas finais da 55ª edição das 24 Horas de Daytona, disputada neste sábado e domingo (28 e 29), foram de tirar o fôlego. Na categoria Protótipo, a definição dos vencedores só aconteceu a sete minutos do fim. O brasileiro Christian Fittipaldi e os portugueses João Barbosa e Filipe Albuquerque, que estavam na liderança até então, viram a vitória escapar após Albuquerque (que pilotava no momento o #5 Mustang Sampling Cadillac DPi-V.R da equipe Action Express Racing) levar um toque numa manobra controversa de Rick Taylor na curva 1 e que provocou a rodada do português.
Taylor, que formou dupla com o irmão Jordan, Jeff Gordon e Max Angelelli – a bordo do Cadillac DPi-V.R da equipe Wayne Taylor Racing – assumiu a ponta e abriu, mas chegou a perder performance nas duas voltas finais. Mesmo rodando, Albuquerque pressionou. Mas não foi o suficiente e Taylor cruzou a linha de chegada na frente, a seis décimos de segundo do rival. Apenas os dois chegaram na mesma volta, completando o total de 659 voltas.
Iniciando uma nova era dos protótipos DPi-V.R e abrindo a temporada 2017 do IMSA WeatherTech Sportscar Championship, a prova foi emocionante do começo ao fim e já deu sinais de que a disputa será muito apertada este ano. Outro fator marcante durante a corrida foi a chuva, que caiu forte na madrugada, causando um longo período de bandeira amarela e embolando ainda mais a competição. A pista ficou úmida durante grande parte da corrida e a prova teve 21 bandeiras amarelas no total.
Cinquenta e cinco carros largaram para a prova no Daytona International Speedway, divididos nas categorias Protótipo, Protótipo Challenge, GT Le Mans e GT Daytona. Barbosa largou na pole position e o trio do #5 Mustang Sampling Cadillac DPi-V.R mostrou sua força desde o início, mantendo-se sempre entre os líderes.
Atuais bicampeões do Campeonato Norte-americano de Endurance (que inclui as quatro provas de longa duração do IMSA), Fittipaldi e Barbosa – ao lado de Albuquerque – travaram uma batalha à parte com o time liderado pelos irmãos Taylor durante toda a disputa.
Nas horas finais, eles trocaram de posições algumas vezes com as paradas dos boxes, até Albuquerque assumir a ponta no último pit. O português estava oito segundos à frente, mas faltando 28 minutos uma bandeira amarela colocou os rivais logo atrás. Após o reinício da prova, a perseguição foi intensa até o toque entre os dois.
Único brasileiro a vencer as 24 Horas de Daytona duas vezes (2004 e 2014), Fittipaldi chegou ao seu quinto pódio na tradicional corrida. Além das vitórias, o piloto foi segundo em 2015 e terceiro em 2011. Experiente, lamentou a chance de vencer novamente, mas se mostrou otimista para o restante da temporada.
“O Cadillac #10 está de parabéns pela performance no seco e no molhado. Eles sempre estiveram mais rápidos que a gente. Mas encontramos uma oportunidade no final da corrida de se colocar na frente deles, só que não imaginava que terminaria desta forma. Fora o toque, o trabalho deles durante a corrida foi mesmo melhor que o nosso, mas acontece. Estou chateado por ter perdido outra oportunidade de vencer em Daytona, porque não é sempre que se tem uma chance como esta. Mas estou contente com os pontos e agora é virar a página e ir pra Sebring”, comentou Fittipaldi.
“Gostaria de agradecer a Action Express Racing e à Cadillac pelo carro que eles nos deram. Estou contente que a Cadillac tenha estreado com um resultado como este, depois de 15 anos longe das pistas e isso, com certeza, traz a promessa de uma temporada bem competitiva”, finalizou o brasileiro, que é bicampeão do IMSA (2014 e 2015) e atual vice-campeão.
No outro carro da equipe Action Express, o #31 Whelen Engineering/Team Fox Cadillac DPi-V.R, os norte-americanos Dane Cameron e Eric Curran e os britânicos Mike Conway e Seb Morris enfrentaram alguns problemas e perderam voltas preciosas nos boxes, terminando a disputa em sexto na categoria.
A segunda etapa da temporada acontecerá no dia 18 de março com a disputa das 12 Horas de Sebring também na Flórida.
Os dez melhores da categoria Protótipo nas 24 Horas de Daytona:
1 R. Taylor / J. Taylor / M. Angelelli / J.Gordon (Konica Minolta Cadillac DPi V.R /Cadillac DPi) 659 voltas (24h00min57)
2 J. Barbosa / C. Fittipaldi / F.Albuquerque (Mustang Sampling Racing Cadillac Dpi) a 0s671
3 M. Goossens / R. Van Der Zande/ R. Rast (VisitFlorida Racing Multimatic/Riley 658) a uma volta
4 S. Sharp / R. Dalziel / L. Derani / B. Hartley (Tequila Patron ESM Nissan DPi) a 3 voltas
5 C. Miller / S. Simpson / M. Goikhberg / M. Beche (JDC-Miller Motorsports ORECA) a 13 voltas
6 D. Cameron / E. Curran / M. Conway / S. Morris (Whelen Engineering Racing Cadillac DPi) a 20 voltas
7 5 E. Brown / J. van Overbeek / B. Senna / B. Hartley (Tequila Patron ESM Nissan DPi) a 23 voltas
8 S. Buemi / N. Heidfeld / N. Jani / S. Sarrazin (Rebellion Racing ORECA) a 50 voltas
9 M. Guasch / J. Gutierrez / R. Enerson / T. Kimber-Smith (PR1/Mathiasen Motorsports Ligier) a 75 voltas
10 H. Hedman / N. Lapierre / B.Hanley / L. Duval (DragonSpeed ORECA) a 97 voltas.
Por FGCom – Fernanda Gonçalves