Olá amigos! Início de temporada no futebol brasileiro, mas as outras modalidades continuam “pegando fogo”, com seus jogos sendo brevemente interrompidos nas semanas entre o natal e o ano novo, mas excetuando esses dias de festas, as competições continuam correndo soltas, e como gostamos de mencionar na “gíria” do esporte; ” o pau continua comendo”; principalmente no vôlei e no basquetebol nacional.
A situação do vôlei em relação aos campeonatos internos, ainda foge do ideal, principalmente se levarmos em consideração os resultados obtidos pelas seleções brasileiras da modalidade, tanto no masculino, quanto no feminino. Entretanto, ao conversar com pessoas ligadas ao esporte, como o técnico e ex-levantador Willian Carvalho, e também com o levantador e presidente do time masculino do Maringá, Ricardinho, pude perceber que, mesmo com dificuldades administrativas e financeiras, há um certo otimismo em relação ao futuro da modalidade no Brasil, principalmente por conta do material humano que clubes e treinadores têm à disposição. Então, desta forma, o processo de renovação das seleções masculinas e femininas de vôlei, acaba sendo meio que natural.
Mas com o basquetebol brasileiro a situação é oposta. O esporte já foi motivo de muitas alegrias, com conquistas mundiais, pan-americanas e olímpicas, tanto de seleções masculinas, quanto femininas. Mas em termos de disputas internas, a situação do basquete brasileiro vai de mal a pior, principalmente por conta da má-gestão, e porque não dizer incompetência e má fé de quem comanda a Confederação Brasileira de Basquetebol.
A situação administrativa da entidade é tão ruim, que a CBB vive um caos financeiro. A entidade que é presidida por Carlos Nunes desde 2009 está atolada em dívidas que checam a casa dos R$ 10 milhões. Para se ter uma ideia, excetuando a Olimpíada do Rio, que contou com a presença do time brasileiro masculino de basquete (que tem vários atletas atuando na Europa e na NBA) a seleção masculina ficou de fora de duas olimpíadas seguidas (2004 e 2008), voltou em 2012, nos Jogos de Londres, e em 2014, participou do Mundial da competição como seleção convidada. No mesmo ano, a equipe feminina de basquete ficou com a nona colocação no Mundial, que teve doze seleções participando. Para quem chegou em primeiro no Mundial há 23 anos, com Paula, Hortência e Janeth, a colocação brasileira é motivo de muita frustração.
Por conta das dívidas da confederação, a Federação Internacional de Basquete(FIBA) puniu a CBB, e por consequência os clubes brasileiros, não poderão disputar torneios internacionais. A punição não é somente por conta da incompetência para gerir os recursos financeiros, mas também devido à má-gestão administrativa da CBB. Além disso, a FIBA em nota oficial explicou que foi flexível com a entidade, criando uma força-tarefa para reorganizar o esporte, mas nem assim a CBB se organizou; afinal de contas não teve competência para organizar um torneio 3 x 3 Word Tour (no Rio de Janeiro), atrasou pagamentos à FIBA (Federação Internacional de Basquete), e não foi capaz de elaborar um plano para reestruturar a entidade.
A decisão da FIBA prejudica assim os clubes brasileiros que conseguiram em quadra suas classificações à Liga das Américas de Basquetebol. No caso, Flamengo e Bauru, que conquistaram suas respectivas vagas em quadra, estarão de fora da competição. Em outubro, a seleção brasileira de basquete sub-15, ficou de fora do Campeonato Sul-Americano.
A Confederação Brasileira de Basquete afirmou em nota que buscara meios para reorganizar a entidade e preservar os clubes e o basquetebol brasileiro. Ontem, em conversa com o técnico Guerrinha, do time de Mogi das Cruzes, o mesmo afirmou que a situação é vergonhosa, porque os clubes jamais poderiam ser punidos e excluídos de competições cujas vagas foram conquistadas em quadra, por causa de má gestão administrativas de dirigentes. E o que dizer de uma entidade que deixa um dos principais esportes brasileiros, menos de seis meses após sediar uma olimpíada, nessa situação? O que dizer para os torcedores e para a imprensa especializada. É vergonhosa a situação do basquetebol brasileiro, esporte que já nos deu tantos ídolos e tantas glórias. Tudo por causa da ganância, incompetência e burrice de dirigentes, que colocam seus interesses pessoais à frente do esporte. É preciso salvar o basquetebol brasileiro, antes que ele naufrague de vez.
Por Ivan Marconato para o site Jogo em Pauta (www.jogoempauta.com)