Sabe…Me pego pensando que, da mesma forma que nosso clube tem que mudar totalmente seu rumo, nós da arquibancada também temos, ao menos momentaneamente, o nosso modo de pensar, de acordo com esse ‘fim de feira’ que nosso time se tornou.
Décadas atrás, não havia data sequer para a reforma do gramado. Não haveria tempo para as férias dos atletas, pensavam em um plantel maior, pois existia uma abundância de campeonatos no qual, não só participávamos, mas como se usa muito na língua espanhola, éramos protagonistas.
Hoje, erosão após erosão, nossa situação é esdrúxula e humilhante. Nosso último jogo data de 18/9/2016. Você já avaliou o que seria de sua empresa se ela tivesse fechado neste dia e só retornasse em Janeiro? Quem é da arquibancada talvez não pense nisto, mas administradores têm que pensar.
Eu nem tenho escrito muito por aqui, pois conforme combinado, minha coluna é de opinião, não de notícia, e cada vez que meus dedos coçam para digitar leio que, agora é leilão, agora é tombamento. Mais tombados que estamos?
Isso tudo irrita todos nós. O cansaço desse empurra com a barriga já passou do ponto. Mas o fato é que se o amor pode ser definido de várias formas no grego (Erós, Ágape, etc), o nosso é forrado de lealdade. Quem diz que desistiu, será desmascarado ao primeiro gol. Gol este que não saí à tempos e que gera uma abstinência nunca antes vista, saber que a Lusa já esta somando os dias para passar um trimestre do ano sem entrar em campo.
É amigos! Como dizem nos centros de restabelecimentos de dependentes: Reconheço minha dependência. Estou há 48 dias sem ver a Lusa jogar.
Uma abstinência grande, porém, neste caso, sem fundamento, comparada a comemoração que um dependente faz ao contar os dias.
Parabéns á eles em sua superação. No nosso caso, não temos o que comemorar. Temos sim, que torcer por mudanças objetivas e promissoras.
Por Ricardo Veras para o site Jogo em Pauta (www.jogoempauta.com)