Paulo Jaú: do sub-13 de Jacareí para o time principal do Bauru Basket

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Em entrevista, técnico Paulo Jaú conta como foi passar do sub-13 de Jacareí ao time principal do Bauru Basket em apenas dois meses e ainda classificar a equipe à Copa Super 8Em dois meses, a vida de Paulo Cézar Martins de Oliveira, ou simplesmente Paulo Jaú, mudou completamente.

Em dois meses, a vida de Paulo Cézar Martins de Oliveira, ou simplesmente Paulo Jaú, mudou completamente. O treinador passou do time sub-13 da Prefeitura de Jacareí ao comando de uma das equipes mais tradicionais do basquete brasileiro, o Bauru Basket, substituindo ninguém menos que uma lenda das pranchetas, o técnico Guerrinha. Foi uma trajetória inesperada e uma escolha mais difícil do que pode parecer.

“Foi muito difícil tomar essa decisão. Com a ajuda da família, da minha esposa e meu filho, que falaram que poderia ser uma grande oportunidade aparecendo, eu vim para o Bauru Basket como assistente técnico. Eu já tinha perdido mercado, poderia até aparecer outra chance, como poderia não aparecer mais. Precisei conversar na Prefeitura (de Jacareí), também com os pais dos atletas (do time sub-13), explicar que não estava indo pelo status ou por dinheiro, mas pelo projeto que iria alavancar minha carreira. Todos, inclusive as crianças, entenderam, mas foi uma coisa que me tocou muito de tomar essa decisão de ‘largar’ as crianças, porque eu pregava uma coisa e acabei não cumprindo aquilo que eu falava todos os dias. Vim parar aqui e aconteceu essa transição do Guerra de se afastar das quadras, depois de dois meses”, revelou o treinador.

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Inicialmente, Paulo Jaú, que completa 49 anos neste domingo (21/1), foi anunciado como auxiliar técnico do Bauru Basket em agosto de 2023. Em outubro do mesmo ano, virou o head coach para comandar o time no NBB CAIXA 2023/24, após o técnico Guerrinha deixar o cargo. Mesmo tendo assumido a equipe de forma inesperada e com a temporada em andamento, o técnico conseguiu alcançar a primeira missão do ano: a classificação para a Copa Super 8.

Jaú sabe o tamanho da responsabilidade que tem nas mãos: “Estou tendo a oportunidade, é o maior desafio da minha carreira estar à frente do Bauru Basket. É um projeto muito grande e com uma história muito bonita”.

Tem um ditado que fala: “Cavalo selado só passa uma vez, ou você monta ou fica a pé”. Paulo Jaú não só montou, como assumiu as rédeas do comando do cavalo, ou melhor dizendo, do Dragão. O treinador nasceu em Cachoeira Paulista, mas carrega o apelido Jaú que veio na época de escola, pois é o bairro onde mora até hoje, na cidade próxima de Jacareí. Na infância, ele não gostava tanto de basquete e até escondia as bolas laranja para jogar futebol. Mas depois de algumas broncas no colégio e puxões de orelha do pai, foi obrigado a praticar a modalidade e foi tomando gosto. Não chegou a fazer uma carreira como atleta efetivamente, competiu no interior paulista apenas em categorias de base.

Logo, a real aptidão para comandar veio ao ingressar na faculdade de educação física. Se formou em Mogi das Cruzes e teve oportunidades em Campos do Jordão e São José, em categorias de base. Depois de 12 anos, tornou-se assistente de Régis Marrelli no time adulto do São José Basketball. Régis é o grande mentor para Jaú, que o considera uma referência e, sempre que é possível, solicita seus conselhos. A parceria durou oito anos e rendeu dois Campeonatos Paulistas e o vice-campeonato do NBB CAIXA 2011/12. A dupla foi dispensada ao final da temporada seguinte e Paulo foi treinar as categorias de base de Taubaté por quatro anos. Regressou como treinador do time principal de São José para conquistar o vice-campeonato da Liga Ouro, em uma final épica de quatro prorrogações contra o Corinthians. A pandemia interrompeu o projeto e Paulo voltou a ser assistente na UNIFACISA e no Caxias do Sul Basquete, com os técnicos Filet (Felipe Luiz Santana) e César Guidetti, respectivamente.

Até julho de 2023, tinha retornado ao ponto inicial e treinava seus “monstrinhos”, como ele carinhosamente chamava seus jovens atletas da base de Jacareí. Todos os dias Jaú pregava que gostaria que seus comandados ficassem juntos por muitos anos. Mas a saída de Rodrigo Silva do Bauru Basket para ir a Santa Cruz do Sul abriu uma vaga de auxiliar técnico e o próprio Rodrigo indicou o nome de Paulo Jaú como substituto. O nome agradou a diretoria e a negociação durou alguns dias, até que Jaú pudesse se despedir de seus discípulos do sub-13 de Jacareí.

No entanto, o plano inicial de ser assistente do experiente e rodado Guerrinha se transformou na chance de comandar Alex Brabo, Larry Taylor e companhia. Sob Jaú, o Dragão está invicto dentro do Ginásio Panela de Pressão no NBB CAIXA 2023/24. O rendimento em casa foi determinante para que Bauru garantisse a oitava e última vaga à Copa Super 8, que rendeu um confronto com o Flamengo, no dia 28 de janeiro, às 16h, pelas quartas de final da competição. O torneio é a primeira chance de Paulo Jaú levantar um título nacional como treinador principal de um dos times mais tradicionais do basquete brasileiro.

Em entrevista à Liga Nacional de Basquete, Jaú falou sobre essa trajetória. Confira o bate-papo com o técnico do Bauru Basket neste link.

O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete com patrocínio máster da Caixa Econômica Federal e Loterias Caixas, parceria do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) e patrocínios oficiais Sportsbet.io, Penalty, EMS e UMP e apoio IMG Arena, Genius Sports, EY e NBA.

Por: Imprensa – Liga Nacional de Basquete

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Sobre o Autor

Formado em Educação Física e especializado em Jornalismo Esportivo. Editor e proprietário do Templo dos Esportes

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