Jady Malavazzi retorna as competições nacionais, após 2 anos longe das pistas no Brasil

0

Fim dos jogos paralímpicos, pouco tempo de descanso e já mirando o novo ciclo, Jady Malavazzi, já começa a dar os próximos passos nessa nova temporada. A ciclista embarcou nesta segunda-feira, 20 de setembro para o primeiro desafio que será a disputa da 1ª etapa da Copa do Brasil de Paraciclismo de Estrada, em João Pessoa-PB, entre os dias 24 e 26 de setembro. 

Jady vai entrar na pista nos dias 25 (contrarrelógio) e 26 (resistência) de setembro, as provas terão início na parte da manhã, ainda sem horário definido. A atleta busca manter a hegemonia na Copa do Brasil, lembrando que Jady foi campeã em todas as edições que disputou.

“Pelos problemas de saúde que tive estou a dois anos sem participar de torneios nacionais, então estou com muita saudade de competir aqui no Brasil. Sempre consegui bons resultados em provas nacionais, espero manter essa hegemonia, mas sei que tem muitos atletas que tem treinado bastante, que inclusive mantiveram um ritmo forte nesses últimos anos, mas me preparei da melhor forma e vou buscar um lugar no pódio”, disse Jady Malavazzi.

A atleta vem de um ciclo desafiador, onde enfrentou vários problemas de saúde, teve os anos de 2019 e 2020, sem competições, onde se dedicou totalmente ao tratamento de sérios problemas de saúde (surgiu uma úlcera de pressão na região glútea, exatamente onde ela fica sentada e osteomelite), ficou entre a vida e a morte, durante o processo realizou 3 cirurgias e vários tratamentos buscando a recuperação 100%. E hoje recuperada, e da recém chegada dos Jogos Paralímpicos de Tóquio, a atleta considera que este é um recomeço, como se fosse o início da sua carreira.

“É um recomeço, fiquei tanto tempo fora, é uma estreia de novo, é como se fosse uma primeira competição, eu vinha a anos sempre participando de campeonatos nacionais e internacionais, em uma frequência muito boa e agora é como se fosse tudo novo, de novo, eu sei que ainda tenho muito a evoluir, o objetivo maior é sempre no ano seguinte, a disputa do mundial, então é disputar a Copa do Brasil, sentir o meu desempenho e continuar evoluindo para as principais disputas” concluiu Jady Malavazzi.

A ciclista ainda não tem o horário das provas confirmados, mas já vem realizando os ajustes finais na cidade paraibana. 

Ao lado de outros feras, Jady Malavazzi é patrocinada e faz parte do Time Mackenzie.

 CONHEÇA A HISTÓRIA DE JADY MALAVAZZI

Vocês conhecem a atleta paralímpica, Jady Malavazzi?

A Jady esteve representando o Brasil nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, sendo essa sua 2ª participação em Jogos Paralímpicos! Sim, ela esteve no Rio-2016 também e sua modalidade é o Paraciclismo. E se eu fosse contar a história de sucesso e os títulos da Jady, apenas isso já seria uma grande história, digna de ser contada, mostrada e curtida por todos os brasileiros.

Mas a gente quer contar um pouco a saga da atleta para chegar em Tóquio… De uma atleta que vivia sua melhor fase e estava pronta para trazer para o Brasil a 1ª medalha paralímpica na handbike (isso mesmo, uma bicicleta pedalada com as mãos), para uma história de vencer o maior desafio de sua carreira, lutando para garantir a própria vida e sua saúde.

Em 2018 a Jady viveu realmente o melhor ano da carreira. Nossa atleta conquistou medalhas em todos os torneios que disputou, e sem dúvida alguma figurava como favorita de pódio em 2020.

No entanto, logo no início de 2019, participando de um camping de treinamento, aconteceu o que todos atletas e indivíduos com lesão medular temem: surgiu uma úlcera de pressão na região glútea, exatamente onde ela fica sentada.

Tantas vezes isso acontece e pode até parecer simples para controlar e retornar aos treinos e uma vida normal. Mas os diversos procedimentos que ela passou e inclusive uma cirurgia bem complicada não deram os resultados esperados. E em 15 dias a ferida voltou a abrir.

Ainda que a atleta tivesse tomado todos os cuidados, continuou realizando todos os procedimentos necessários e já faltando poucas semanas para realizar mais uma cirurgia (dessa vez definitiva), veio o grande baque: foi diagnosticada uma osteomelite importante e severa. Se vocês não entendem o que é isso, essa doença pode ser a causa de amputações e outras condições muito severas como infecção generalizada.

A cirurgia foi adiada e iniciado um tratamento minucioso e complexo para tratar a osteomelite, que durou cerca de 10 meses. Agora pensem numa atleta durante todo esse tempo lutando para salvar a própria vida e sem conseguir treinar, sem forças para praticar seu esporte… E se os Jogos de Tóquio acontecessem efetivamente em 2020, não teria Jady pra contar história no Japão.

Pois bem, durante esse tempo todo, foram cerca de 3 cirurgias e diversos tratamentos em 2 anos. Com a última cirurgia da ferida, conseguimos vencer a osteomielite e em novembro de 2020 ela estava liberada para retornar progressivamente aos treinos.

Foram 2 anos de tratamentos intensos, levando a atleta ao seu desgaste máximo, Jady não tinha forças e ficou em diversos momentos entre a vida e a morte, mas hoje, 100% curada, conseguiu disputar os Jogos Paralímpicos…

E claro, o pódio não veio (dessa vez). Mas Jady ficou entre as 8 melhores do mundo e Paris-2024 é logo ali e já começamos o planejamento do novo ciclo paralímpico, já com a disputa neste final de semana da Copa do Brasil em João Pessoa – PB. Ah, o detalhe legal dessa prova, é que a Jady nunca perdeu uma edição de Copa do Brasil desde que ingressou na modalidade. O que será que vem por aí?

Por: Fokus Assessoria de Comunicação

Campartilhe.

Sobre o Autor

Formado em Educação Física e especializado em Jornalismo Esportivo. Editor e proprietário do Templo dos Esportes

Deixe Um Comentário

2016 @Templo da Velocidade