Para pilotos e engenheiros da Ipiranga Racing, otimizar o tempo será a chave para o sucesso na rodada dupla
Em sua 43ª temporada, a Stock Car vai realizar pela primeira vez no mesmo fim de semana duas corridas em traçados diferentes no mesmo autódromo, em Goiânia. No próximo dia 18, sábado, a principal categoria do automobilismo nacional corre a oitava etapa de 2021 no misto de 3835 metros onde Thiago Camilo venceu sua terceira Corrida do Milhão, em 2015. No domingo, corre a 9ª etapa no veloz anel externo de 2695 metros, única ocasião no calendário onde as médias podem passar de 200 km/h. (no Q2 de 2018, quando a Corrida do Milhão foi disputada no anel externo de Goiânia, ainda com o carro anterior, Lucas Di Grassi fez a volta mais rápida do fim de semana em 47s547, a uma média de 204,0 km/h).
Andreas Mattheis, chefe da Ipiranga Racing, fala sobre o que a equipe e os pilotos Thiago Camilo (Corolla #21) e Cesar Ramos (Corolla #30) vão enfrentar em Goiânia. “O acerto é totalmente diferente para misto e anel externo. E só teremos um treino livre de meia hora para cada carro antes da classificação, quando normalmente temos dois. Além disso entre o fim da classificação e a corrida, tanto no sábado quanto no domingo, são menos de duas horas, o horário é muito apertado, principalmente se você considerar que os acertos de classificação e corrida são bem diferentes. No domingo o drama é ainda maior, porque não temos os dados de consumo de pneu e combustível desse carro novo (que estreou em 2020) no anel externo. Então teremos que traçar a estratégia de reabastecimento e troca de pneus muito rapidamente entre a classificação e a corrida. Será um desafio enorme, mas são os desafios que nos movem”.
“Eu encaro esse fim de semana talvez como o maior desafio da temporada, até porque nossa equipe não tem um retrospecto muito positivo em Goiânia com o carro novo, e realmente vamos ter que otimizar ao máximo o tempo, ser precisos em cada tomada de decisão, para sermos competitivos”, completa Thiago Camilo, que nas três provas realizadas em Goiânia com o carro novo, largou em 13º e 19º em 2020 (ano em que fez quatro pole positions), e em 13º na abertura da temporada 2021. Em 2019, último ano do modelo anterior de carro, a Stock Car disputou duas etapas, e Camilo conquistou uma pole position e um segundo lugar no grid.
Cesar Ramos, que na primeira prova desse ano largou em sétimo e acabou em terceiro na corrida principal, vê em Goiânia uma chance de voltar a ser o melhor Toyota de 2021. Ele está em quanto lugar no campeonato, com 172 pontos, apenas três pontos atrás de Ricardo Zonta, o terceiro. Daniel Serra, que lidera com 243 pontos, e Gabriel Casagrande, segundo com 232, correm com modelos da Chevrolet, que na temporada 2021 estão com um desempenho muito superior. “Creio que nessa etapa, com os pacotes de equalização, a diferença em relação aos Chevrolet estará menor que na abertura da temporada, e mesmo no anel externo, onde eles foram muito melhor em Curitiba, em Goiânia as curvas têm raios bem diferentes, não sabemos exatamente como os carros vão se comportar. Me dou muito bem com essa pista e espero andar entre os primeiros”, diz o gaúcho.
“Realmente o tempo, ou como otimizar o tempo, será a chave do fim de semana. É muito pouco tempo de treino livre, meia hora, no máximo dez voltas antes de classificar, e não existe milagre, o carro vai ter que descer bem do caminhão e a equipe tem que otimizar o tempo de pista com os dois carros. E tem a questão do tempo entre treino, classificação e corrida, principalmente no domingo, onde acontece tudo num espaço de três horas. (menos de uma hora e meia do fim do treino livre para a classificação, menos de uma hora e meia entre a classificação e o box aberto para as voltas de aquecimento da corrida). Mesmo que você saiba que modificação deve fazer no carro, tem que ser uma modificação rápida”, diz o engenheiro Guilherme Gonçalves, da Ipiranga Racing.
Por: Alexandre Kacelnik