Fortaleza anuncia acerto com paratleta multicampeã Fah Fonseca

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Cearense representou o país nas Paralímpiadas do Rio em 2016

O Fortaleza Esporte Clube acertou com a paratleta cearense Fah Fonseca, a única corredora cadeirante que representa o estado a nível nacional e internacional. A desportista de 32 anos já correu desde pequenas distâncias em pistas de atletismo até grandes em corridas de rua.

Representante brasileira nas Paralímpiadas do Rio de Janeiro em 2016, Fah coleciona mais de 60 medalhas em competições nacionais e internacionais. Destaque para as medalhas de prata nas Meias Maratonas do Japão, Lisboa e Los Angeles.

A cearense nasceu com mielomeningocele, doença que causa malformação congênita da coluna vertebral em que as meninges, a medula e as raízes nervosas ficam expostas. Recém-nascida, Fah precisou fazer uma cirurgia de emergência para corrigir sua medula espinhal – que estava fora da coluna. O procedimento deu certo, porém, a adolescência difícil e traumatizante fez com que a coluna não aguentasse mais o seu peso. Com isso, a atleta perdeu os movimentos e a força de locomoção das pernas.

Sem cadeiras de rodas na época, ela era levada à escola no varão da bicicleta dos familiares. A vida acadêmica se resumia em ir para o colégio, sentar na carteira da sala de aula e ficar no mesmo lugar até o toque final. “Pouco me relacionava e sequer podia sair nos intervalos das aulas”, lembra Fah.

O que lhe deu ânimo para viver foi o amor pelo atletismo, que aflorou após ter passado por um hospital de reabilitação, em que teve o primeiro contato com o esporte. Aos 17 anos, Fah ganhou a primeira cadeira de rodas e uma nova perspectiva de vida.

“Comecei com o basquete em cadeira de rodas, mas o meu amor verdadeiro foi o atletismo. Esse esporte me contagiou de uma maneira que até hoje eu não consigo descrever. Deve ser por isso que corro em alto nível até hoje, mesmo com doze anos de carreira. Tudo isso porque amo o que eu faço”, exalta.

Torcedora do Fortaleza, a atleta está feliz em receber o apoio do clube do coração, que também abraça outras modalidades do paradesporto, como o basquete em cadeiras de rodas e o power soccer: “É uma sensação única saber que mesmo no Brasil, onde invariavelmente o foco maior é o futebol, um clube apoia de alguma forma o paradesporto. Nos deixa mais esperançosos para não desistir e seguir em busca dos nossos sonhos, sejam quais forem”.

Neste ano, Fah foi campeã geral na Corrida do Cajueiro (7k), além de conquistar quatro medalhas de ouro no Campeonato Regional Norte-Nordeste (100m, 200m, 400m e 800m). Agora, a paratleta espera seguir os passos de sua referência – Tatyana McFadden, maior corredora de elite cadeirante da atualidade e de todos os tempos dos Estados Unidos – e ganhar seu espaço na história do esporte com a camisa do Leão.

“É por meio destes incentivos que podemos mudar. Não somente o nível de atletas de alto rendimento, mas também a sociedade. Mudar uma cultura requer ir passo a passo, desde respeitar uma vaga destinada aos cadeirantes dentro e fora do estádio até um grande incentivo em apoiar outros esportes”, exaltou a paratleta.

Por: Heitor Galceron – Press FC

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Sobre o Autor

Formado em Educação Física e especializado em Jornalismo Esportivo. Editor e proprietário do Templo dos Esportes

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